Você entra no Instagram e interage com alguns dos perfis que você mais gosta, respondendo enquetes, perguntas e deixando comentários? Ou ainda, você participa de comunidades no WhatsApp com grupos do seu interesse ou grupos de amigos e família? Se a sua resposta foi sim pra uma dessas perguntas, você é parte de algumas comunidades virtuais e talvez não tenha se dado conta disso. 

Mas afinal, como uma comunidade virtual influencia o modo de viver das pessoas e como ela pode ajudar a sua marca a crescer na internet? Te contamos tudo neste artigo completo sobre o assunto. Acompanhe a leitura até o final e consiga suas respostas!

O que são e como surgiram as Comunidades Virtuais?

As comunidades virtuais só passaram a existir por conta de um elemento: o computador. Essa ferramenta, antes utilizada apenas na indústria da informática e depois em setores de telecomunicações, editoração e indústria cultural, foi parte de um movimento sociocultural entre o final do século 80 e o início do século 90. Nessa época, jovens americanos, oriundos de grandes metrópoles, juntaram diferentes redes de computadores, conectando-se uns aos outros, processo que cresceu exponencialmente, caracterizando uma interrede, e proporcionando uma corrente cultural.

Considerado uma tecnologia digital, o computador, assim como outras tecnologias, são identificadas como a infraestrutura do ciberespaço, um “novo espaço de comunicação, de sociabilidade, de organização e de transação, mas também novo mercado da informação e do conhecimento” (LÉVY, 2005, p. 30). 

É esse novo espaço de comunicação online que oferece um ambiente no qual pessoas ao redor do mundo são capazes de se reunir em torno de interesses comuns, aprendizagem cooperativa, colaboração e compartilhamento de informações e saberes. 

A partir da democratização do acesso aos computadores, na década de 70, vemos o princípio de comunidades virtuais que são “grupos de pessoas se correspondendo mutuamente por meio de computadores interconectados” (LÉVY, 1999, p. 24). 

Tais grupos tornaram-se produtores de informações digitais, nos quais indivíduos se conectam através da internet com base em interesses, objetivos ou atividades em comum. 

Essas comunidades podem ser formadas em diversas plataformas online, como redes sociais, fóruns, grupos de discussão, blogs e aplicativos de mensagens. O que as define é a interação e a troca de conhecimento entre os membros, independentemente da distância física que os separa. 

Quais os tipos de Comunidades Virtuais?

Agora que você já entendeu o que são e como as comunidades virtuais surgiram, podemos dizer que existem alguns tipos, cada uma com suas características e dinâmicas únicas. São elas: 

Comunidades de Interesse

São grupos de pessoas que se unem em torno de um interesse específico, como hobbies, filmes, livros, esportes, tecnologia, política, etc. Alguns exemplos incluem fóruns de discussão sobre fotografia, grupos de fãs de séries de TV ou grupos de fãs de artistas, e comunidades dedicadas a atividades ao ar livre, dentre outras.

Comunidades de Aprendizagem

Nestas comunidades, os membros compartilham conhecimento e experiências em torno de uma área de atuação ou profissão. É comum em ambientes profissionais e acadêmicos, onde os participantes buscam aprender, colaborar e se desenvolver em conjunto. Se você gosta de acompanhar tendências da sua área de atuação, gosta de compartilhar informações ou estar atento a novos conhecimentos e networking, você provavelmente participa de grupos assim em canais como o WhatsApp, Telegram e Discord. 

Comunidades de Suporte

São espaços onde os membros oferecem apoio emocional, conselhos e informações úteis uns aos outros. Podem ser comunidades voltadas para questões de saúde, apoio emocional, educação, entre outros. Neste tipo de comunidade, você encontra alguns exemplos em canais no Instagram e no WhatsApp, além de comunidades em aplicativos de diversas áreas, incentivando a participação da comunidade. 

Embora possam ser classificadas por tipos, algumas características não mudam em relação às comunidades virtuais. Elas são sempre formadas por grupos de pessoas que compartilham online e se sentem pertencentes aos diálogos, ideias e sentimentos colocados em ambiente virtual, seja através de computadores tipo desktop ou dispositivos móveis. 

As Comunidades Virtuais nas Redes Sociais

Uma das formas mais populares de participar de comunidades é estando presente nas redes sociais. Plataformas como Facebook, Instagram, X (ex Twitter), LinkedIn e TikTok têm sido o lar de milhões de comunidades virtuais que abrangem uma ampla variedade de interesses e temas.

Aliás, embora tenhamos acabado de citar algumas das redes sociais principais dos últimos anos, não podemos deixar de mencionar que, desde o advento da internet, algumas mídias sociais foram criadas e descontinuadas com o tempo, mas essas já eram tipos de comunidades virtuais. Alguns exemplos são o Flogão (conhecido como Floguinho) e o Orkut, fundadas nos anos 2000. 

Por falar em Orkut, essa rede social que teve um boom no ano de 2004, tinha um recurso chamado COMUNIDADES. Nelas, os usuários podiam se tornar membros, enquanto os moderadores aceitavam ou recusavam a sua entrada. Algumas comunidades virtuais no Orkut ultrapassavam milhões de usuários e era possível encontrar nomes extremamente criativos. Havia comunidades para as situações mais bobas do cotidiano até assuntos mais sérios. Confira alguns exemplos:

Fonte: Metrópoles

Algumas das características de comunidades virtuais nas redes sociais que as tornam únicas e poderosas em ambiente online, são:

1. Diversidade de Formatos: Nas redes sociais, as comunidades virtuais podem se manifestar de várias maneiras, desde grupos de discussão e páginas dedicadas até hashtags e perfis especializados. Isso oferece uma gama diversificada de formatos para os membros interagirem e compartilharem conteúdo.
   Adendo importante: o formato de vídeo tem ganhado ascensão nos últimos anos em várias das redes sociais mais populares do mundo.

2. Alcance Global: Uma das vantagens das comunidades virtuais em redes sociais é seu alcance global. Os membros podem vir de diferentes partes do mundo, trazendo perspectivas diversas e enriquecedoras para as discussões e atividades do grupo.

3. Facilidade de Participação: O formato intuitivo das redes sociais torna a participação em comunidades virtuais acessível e conveniente para os membros. Basta um clique para se juntar a um grupo ou seguir uma página e começar a interagir com outros membros.

4. Interação Multimídia: As redes sociais permitem uma variedade de formas de interação multimídia, como publicações de texto, imagens, vídeos, enquetes e transmissões ao vivo. Isso amplia as possibilidades de expressão e engajamento dentro das comunidades virtuais.

5. Ferramentas de Engajamento: As plataformas de redes sociais oferecem uma série de ferramentas para promover o engajamento dos membros, como curtidas, comentários, compartilhamentos, eventos e enquetes. Essas ferramentas incentivam a interação e a participação ativa dos membros.

6. Gestão e Moderação: As redes sociais também fornecem recursos de gestão e moderação para os administradores, permitindo o controle de conteúdo, a organização de eventos, a promoção de discussões saudáveis e a resolução de conflitos.

As comunidades virtuais criadas em redes sociais têm se mostrado eficazes em conectar pessoas, promover a troca de conhecimento e experiências, fortalecer relacionamentos e até mesmo impulsionar movimentos sociais e iniciativas de mudança. São espaços dinâmicos e vibrantes que refletem a diversidade e a riqueza da interação humana na era digital.

Como as comunidades virtuais podem ajudar marcas a crescer? 

Desde os primórdios da humanidade, indivíduos buscam viver em comunidade. Isso significa que participar de um grupo de pessoas é, não só parte importante como também vital para o ser humano. O sentimento de pertencimento move pessoas a objetivos comuns e traz ainda mais sentido para a existência, afinal, somos seres altamente sociáveis e conectados a pessoas. Aprendemos a viver assim. 

Isso significa que o ser humano apenas criou uma extensão das comunidades humanas face a face para o ambiente online. Afinal, a partir dos computadores e da internet é possível achar pessoas com os mesmos interesses de qualquer lugar do mundo, independente da sua localização geográfica. 

Como isso pode ajudar negócios e marcas a crescer? Simples. 

Marcas precisam entender que a propaganda massiva não basta para destacar seu produto ou serviço. Com as novas tecnologias, fica cada vez mais evidente que as marcas precisam ser ainda mais humanas se quiserem se conectar com seus clientes e fazer com que estes sejam, não apenas consumidores, mas parte da sua tribo. 

Confira algumas estratégias que podem ser usadas para criar uma comunidade virtual que ajudará sua marca a crescer:

1. Se coloque no papel de ouvinte: A sua marca precisa mostrar que ouve o consumidor e se importa com seus gostos, necessidades e vivências. Utilize as redes sociais como um espaço no qual você busca saber o que as pessoas têm a dizer. 
   
2. Seja uma marca acessível: Isso não se refere a preço, mas sim ao fato de ser uma marca sociável e capaz de dialogar com seus consumidores, seja via redes sociais ou outros canais de comunicação da marca. Promova conversas e não deixe de responder as pessoas. 
   
3. Crie padrões de comunicação que identifiquem aquele grupo: Se você perceber que a sua marca criou fãs apaixonados por seus produtos ou serviços, é uma ótima ideia ter um jeito específico para se referir a eles. 
   
4. Use a autenticidade ao seu favor: Busque ser o mais verdadeiro possível, mostrando suas qualidades, seus diferenciais como marca e a ideia de que a marca não é apenas sua, é feita por todos aqueles que a consomem. 
   
5. Incentive a comunidade a te ajudar: A colaboração e cooperação são bases de um grupo. Que tal fazer os seus consumidores se sentirem ainda mais pertencentes a sua comunidade pedindo ajuda para que escolham a sua nova foto do perfil, a linha que desejam ver primeiro nas lojas ou o que acham sobre determinado produto? 
   
6. Valorize quem interage com você: Crie grupos ainda mais exclusivos e ofereça vantagens especiais para aqueles que realmente engajam e se comportam como parte da comunidade que você criou para sua marca. 

Conclusão

As comunidades virtuais são uma evolução natural da maneira como os seres humanos se relacionam desde sempre. O sentimento de pertencer a grupos e de interagir dentro deles é o que deve incentivar as marcas a terem comunidades consistentes ao invés de terem apenas seguidores nas redes sociais. 

Seguidores e consumidores esporádicos não costumam interagir, fortalecer a marca ou indicá-la para outras pessoas. Clientes fiéis que se sentem ouvidos, acolhidos e pertencentes à marca é que farão toda a diferença no crescimento dela. 

Agora que você já sabe tudo sobre as comunidades virtuais, já se sente pronto para utilizar esse conceito ao seu favor e favorecer o crescimento da sua marca? 

Boa sorte!